20 dos Monstros Marinhos Mais Fascinantes da Mitologia e da Ficção Fantástica

Desde tempos antigos, os seres humanos são fascinados pelos oceanos. E não é à toa! Afinal, até hoje não sabemos ao certo o que realmente se esconde sob as águas que cobrem mais de 70% da superfície do planeta. Por isso, contadores de histórias de diferentes épocas — das mitologias mais antigas aos filmes de monstros modernos — sempre imaginaram criaturas gigantescas habitando esses mares sombrios, prontas para causar caos no mundo da superfície a qualquer momento.

Esses monstros marinhos mitológicos variam de tamanho e poder. Alguns são tão imensos que podem destruir cidades inteiras com facilidade, enquanto outros são do tamanho das criaturas que realmente vivem nos oceanos da Terra. Independentemente do tamanho, todos eles capturaram a imaginação humana ao longo dos séculos.

Aqui estão apenas alguns dos nossos monstros marinhos favoritos, vindos tanto dos tempos pré-históricos quanto das telonas das últimas décadas. Quais são os seus preferidos?

Cthulhu

Não seria uma lista de monstros marinhos sem mencionar pelo menos algumas das entidades sombrias que habitam as profundezas nos contos de H.P. Lovecraft. Cthulhu, provavelmente a criação mais famosa do autor, é descrito como uma mistura de “um polvo, um dragão e uma caricatura humana”. Segundo as histórias de Lovecraft, Cthulhu “aguarda sonhando” em sua casa na cidade submersa de R’lyeh. Porém, quando ele despertar, o mundo enfrentará grandes problemas.

Dagon

Embora Cthulhu seja o monstro marinho mais conhecido de Lovecraft, ele está longe de ser o único. Dagon, uma antiga divindade, também é mencionado em algumas das histórias mais famosas de Lovecraft. A “Ordem Esotérica de Dagon” desempenha um papel importante no conto A Sombra Sobre Innsmouth. Além disso, Dagon tem uma história própria com seu nome, que também foi usada no filme de 2001 dirigido por Stuart Gordon, embora a trama desse filme tenha mais em comum com A Sombra Sobre Innsmouth do que com o conto Dagon de Lovecraft.

Ebirah

A partir de 1954, a Toho criou uma espécie de indústria de filmes estrelados pelo famoso monstro gigante radioativo, Godzilla. Ao longo dos anos, Godzilla enfrentou muitas ameaças, várias vindas do oceano. E, tecnicamente, o próprio Godzilla é um monstro marinho. Mas, para uma lista de criaturas marinhas, por que não incluir o monstro que deu nome ao filme de 1966 Godzilla Vs. o Monstro do Mar? No filme, Ebirah é um crustáceo gigante controlado por uma organização maligna chamada Bambu Vermelho. Ebirah aparece novamente (graças à reutilização de cenas) em All Monsters Attack e mais tarde em Godzilla: Final Wars. Superficialmente, Ebirah se assemelha ao monstro Ganimes, um caranguejo de pedra mutante que surge no filme de 1970 Yog: O Monstro do Espaço (também conhecido como Amoeba do Espaço).

Giganto

Nas décadas de 50 e 60, Stan Lee e Jack Kirby não se limitaram a criar apenas super-heróis icônicos para os quadrinhos, eles também preencheram essas páginas com grandes monstros, muitos dos quais vieram do mar. Um dos mais memoráveis é Giganto, o nome de uma raça de enormes baleias com braços e pernas que ajudaram os Atlantes a atacar o mundo da superfície, começando na revista Fantastic Four #4, publicada em maio de 1962.

Kraken

Os nomes dos monstros marinhos podem ser confusos, e o Kraken é um ótimo exemplo disso. A palavra vem do norueguês, onde significa “animal doente ou deformado”, mas se popularizou quando foi usada para nomear um dos principais monstros antagonistas no filme Fúria de Titãs, de Ray Harryhausen. No filme, o Kraken era uma criatura marinha humanoide com braços semelhantes a tentáculos e uma cauda de peixe, mas na mitologia, o Kraken se assemelha mais a uma lula gigante. A segunda produção de Piratas do Caribe apresentou uma versão do Kraken mais fiel à mitologia, enquanto o remake de Fúria de Titãs em 2010 trouxe uma mistura entre as duas versões, incorporando até alguns elementos de caranguejo.

A versão do Kraken que aparece em Fúria de Titãs pode ter sido inspirada no mito de Cetus, uma criatura da mitologia grega. Cetus, cujo nome vem da palavra grega kētos (que significa grande peixe ou monstro marinho), foi enviado por Poseidon para atacar a Etiópia depois que a rainha Cassiopeia afirmou que ela e sua filha Andrômeda eram mais belas que as Nereidas, ninfas marinhas que acompanhavam Poseidon. Como castigo, Cetus foi despachado para destruir o reino. Para salvar o povo, os reis consultaram um oráculo, que recomendou sacrificar Andrômeda à criatura. Ela foi acorrentada a uma rocha, mas acabou sendo salva por Perseu, que matou Cetus — em algumas versões, ele usou a cabeça da Medusa para derrotá-lo. Certamente, essa história lembra bastante o Kraken de Fúria de Titãs. Cetus também deu nome a uma constelação e apareceu para atormentar a tripulação de Sinbad no filme animado Sinbad: A Lenda dos Sete Mares.

Ottoia

O cinema está repleto de monstros marinhos gigantes (ou nem tanto), desde o polvo gigante de It Came from Beneath the Sea até criaturas mais recentes, como as de Mega Shark versus Giant Octopus. Um dos meus favoritos é a criatura que ataca a Argonautica no filme Deep Rising: Ameaça Profunda de Stephen Sommers, lançado em 1998. Enquanto um dos personagens sugere que a criatura seja uma evolução de um tipo de verme do período Cambriano conhecido como Ottoia, o monstro que aparece no filme lembra muito mais o mítico Kraken mencionado anteriormente.

Cila e Caríbdis

Uma dupla famosa da mitologia grega, Cila e Caríbdis aparecem na Odisseia. Esses dois monstros viviam em lados opostos do estreito de Messina. Cila representava os perigos das rochas à beira-mar e era retratada de várias formas, como uma mulher com uma cauda de dragão e cabeças de cães saindo de seu corpo. Já Caríbdis simbolizava um mortal redemoinho. Esses dois monstros deram origem a uma expressão que usamos até hoje: “entre Cila e Caríbdis”, que tem o mesmo sentido de “entre a cruz e a espada”, ou seja, uma situação de difícil escolha.

Sereias

As sereias são famosas por atrair marinheiros desavisados para naufragar seus navios nas rochas, utilizando suas belas e encantadoras canções. Na mitologia grega, elas atormentaram tanto Jason e os Argonautas quanto Odisseu em suas respectivas viagens. Na maioria das representações, as sereias são mostradas como criaturas metade mulher, metade pássaro. No entanto, algumas versões mais recentes tomaram liberdades criativas, como no filme animado Sinbad: A Lenda dos Sete Mares (2003), onde as sereias são retratadas como uma espécie de água viva que assume forma humanoide.

O Terrível Peixe-Cão

No clássico filme animado da Disney Pinóquio (1940), Gepeto e Pinóquio são engolidos por um monstro marinho chamado Monstro, que é representado como um grande cachalote. Porém, no livro original de Carlo Collodi, As Aventuras de Pinóquio (1883), essa função é desempenhada pelo Terrível Peixe-Cão, um monstro gigante dos oceanos também conhecido como o “Átila dos peixes e pescadores”.

Segundo Collodi, o Peixe-Cão, semelhante a um tubarão, é maior que um prédio de cinco andares e possui três fileiras de dentes em sua enorme boca, suficientemente grande para engolir navios inteiros, além de Pinóquio e Gepeto.

Jörmungandr

Na mitologia nórdica, Jörmungandr, também conhecido como a Serpente de Midgard, é tão grande que pode dar a volta ao redor do mundo e segurar a própria cauda em sua boca. Filha de Loki e da giganta Angrboda, quando Jörmungandr soltar sua cauda, isso marcará o início do Ragnarok.

Durante esse evento apocalíptico, Thor travará uma batalha final contra Jörmungandr. Embora o deus do trovão consiga matar a grande serpente, ele acabará caindo morto logo depois devido ao veneno da criatura.

Bispo do Mar

Segundo mitos e lendas sobre monstros marinhos, o bispo do mar, ou peixe-bispo, foi capturado e levado ao Rei da Polônia, que o mostrou a um grupo de bispos católicos. Quando os bispos libertaram a criatura, ela fez o sinal da cruz antes de desaparecer de volta para o oceano.

O peixe-bispo é descrito como um tipo de peixe que se parece com um homem — especificamente, um bispo católico. Outras variações incluem a lenda do monge-marinho, um peixe que se parece com um monge. Mais tarde, especialistas concluíram que o monge-marinho provavelmente era, na verdade, um tubarão-anjo, também conhecido como peixe-monge.

O peixe-bispo apareceu no quarto volume da Historiae Animalium, de Conrad Gesner, um “inventário da zoologia renascentista”, e também em Specula physico-mathematico-historica de Johann Zahn. Além disso, o peixe-bispo foi associado à imagem dos sábios meio-humanos, meio-peixes conhecidos como Apkallu, da mitologia mesopotâmica antiga.

Tartaruga-Leão

Esse monstro marinho mitológico existe no universo de Avatar: A Lenda de Aang. Diferente de outras criaturas desta lista, essa gigante criatura meio-quimera, meio-tartaruga, é bastante benevolente. Na série, Aang, o protagonista, encontra acidentalmente uma dessas criaturas assustadoras ao nadar em direção a uma ilha flutuante próxima da costa enquanto estava em transe. Quando percebe que a “ilha” onde está é, na verdade, o dorso da criatura, ele mergulha no oceano para se comunicar com ela.

As costas das Tartarugas-Leão são tão grandes que abrigam seu próprio ecossistema em suas conchas. Na sequência A Lenda de Korra, é revelado que muitas dessas criaturas existiam no passado, servindo como abrigo e guardiãs da humanidade. No início da civilização, os humanos construíam suas cidades nas costas dessas criaturas, pois eram o único lugar seguro para prosperar, já que o mundo ao redor era habitado por espíritos hostis que atacavam os humanos. Além disso, as Tartarugas-Leão concediam aos humanos o poder de dominar o fogo, a água, a terra ou o ar, quando precisavam sair das colônias para buscar recursos.

Avatar: A Lenda de Aang não criou essas gigantescas Tartarugas-Leão do nada. Elas foram inspiradas nas lendas do Aspidochelone, descrito nos bestiários medievais como tartarugas ou peixes tão grandes que eram confundidos com ilhas pelos marinheiros.

Rhedossauro

Antes de Godzilla, havia O Monstro do Mar Revolto. Esse filme de 1953 se inspira em The Fog Horn, uma história de Ray Bradbury sobre um monstro marinho que se apaixona pelo som da sirene de um farol. No filme, o monstro é o Rhedossauro, um dinossauro fictício que é despertado de sua hibernação por testes atômicos no Círculo Ártico — soa familiar, como os filmes de Godzilla, não é?

O Rhedossauro segue rumo ao sul, destruindo um farol pelo caminho, em uma cena que lembra a história de Bradbury, até encontrar seu fim em Coney Island, Nova York. Criado pelos efeitos especiais do lendário Ray Harryhausen, o Rhedossauro não foi o último monstro marinho que Harryhausen trouxe às telonas — ele também contribuiu para outros monstros desta lista, incluindo o polvo gigante de It Came From Beneath the Sea e o Kraken de Fúria de Titãs.

Umibōzu

No Japão, essas criaturas marinhas eram puro terror para os marinheiros que acreditavam nos mitos que as cercavam. O Umibōzu é um gigante sombrio, com forma humanoide, que atormenta os marinheiros azarados o suficiente para cruzar seu caminho durante uma viagem. Ao encontrar a criatura, o que antes era um dia tranquilo e ensolarado, rapidamente se transforma em uma tempestade caótica, com ondas violentas e chuvas intermináveis.

De acordo com a mitologia japonesa, quando um Umibōzu aparece, ele pode atacar imediatamente o navio e afogar a tripulação, ou então pedir um barril como oferta. Se a tripulação atender à sua demanda, às vezes o Umibōzu poupa o navio. No entanto, os marinheiros acreditam que, para garantir uma fuga segura, oferecer um barril sem fundo confunde o monstro, dando tempo para que o navio e sua tripulação escapem antes que o Umibōzu perceba o truque.

Terror Tropical

O autor britânico William Hope Hodgson produziu uma vasta e variada obra no início do século XX, mas ele é especialmente conhecido por suas histórias de horror ambientadas em alto-mar. Retornando repetidamente aos mares infestados de algas do Mar de Sargaços, as histórias de Hodgson tinham um toque de veracidade, em parte devido ao fato de que ele próprio serviu como marinheiro por vários anos.

Nos contos de Hodgson, o oceano é habitado por todos os tipos de monstros estranhos, desde piratas fantasmas até caranguejos gigantes e fungos sinistros, além de criaturas ainda mais difíceis de descrever. Um exemplo é o “Monstro” descrito em sua história “A Tropical Horror” (Terror Tropical, em Português). Hodgson escreve: “Acima das amuradas, visível claramente à luz da lua, estava uma vasta boca babando, com um metro e meio de largura. Dos lábios enormes e gotejantes pendiam grandes tentáculos. Enquanto eu observava, a criatura avançava sobre o convés, subindo cada vez mais alto. Não havia olhos visíveis; apenas aquela boca aterrorizante, presa a um pescoço massivo como o de uma enorme enguia.”

Capricórnio

Quando ouvimos a palavra “Capricórnio”, geralmente pensamos em signos do zodíaco, mas essa criatura marinha tem suas raízes na mitologia grega. Os Capricórnios têm o rosto e a parte superior do corpo de um bode, com uma cauda de peixe, o que lhes permite nadar e descansar nas margens. Apesar de sua aparência anatomicamente estranha, esses seres eram capazes de falar e eram frequentemente favorecidos pelos deuses.

A mitologia por trás dos Capricórnios começa com Pricus, o primeiro da raça. Pricus recebeu a imortalidade e a capacidade de voltar no tempo de Chronos, o deus do tempo. Quando seus filhos Capricórnios caminhavam para a terra firme e permaneciam fora do mar por muito tempo, eles se transformavam em bodes comuns, perdendo sua capacidade de nadar, falar e pensar. Tentando reverter isso, Pricus usava seus poderes para trazer os Capricórnios de volta ao mar, mas não conseguia impedi-los de retornar à terra repetidamente. Eventualmente, Pricus desistiu e viveu sozinho, até que Chronos, com pena dele, o transformou na constelação que conhecemos hoje, permitindo que ele vigie seus filhos do céu.

Gyarados

Este intimidador monstro marinho apareceu diversas vezes na série Pokémon. Gyarados prospera tanto em águas doces quanto salgadas e é conhecido por seu temperamento explosivo e natureza destrutiva. Treinadores que conseguem capturar e domar essa criatura formam um laço poderoso com Gyarados, já que ele reprime seus instintos violentos para obedecer ao seu mestre.

O design de Gyarados, uma serpente marinha, foi inspirado nos dragões da mitologia chinesa, que são muito parecidos com serpentes e possuem longos bigodes no rosto. Curiosamente, Gyarados evolui a partir do inofensivo Magikarp, um Pokémon peixe que só consegue se debater na água. De acordo com a lore de Pokémon, essa drástica mudança na estrutura cerebral durante a evolução é o que causa os impulsos violentos de Gyarados.

Vodyanoy

Enraizado na mitologia eslava, o Vodyanoy é um espírito aquático que se assemelha a um velho nu com um rosto de sapo. Por viver tanto tempo em águas doces e salgadas, essas criaturas costumam ter musgo, algas e outras plantas cobrindo seus corpos, dando-lhes uma cor verde distinta. Vodyanoy são, em sua maioria, criaturas calmas, frequentemente vistas flutuando em troncos ou pedaços de madeira ao longo dos rios. Na cultura popular, eles apareceram na série The Witcher de Andrzej Sapkowski, onde formaram uma sociedade e compartilham os mares com outras raças.

Apesar de sua aparência idosa e comportamento pacífico, quando enfurecidos, os Vodyanoy podem ser extremamente destrutivos. De acordo com a lenda eslava, se alguém irritasse um Vodyanoy, ele destruía estruturas humanas próximas à água ou afogava pessoas e animais na área. Em casos extremos, um Vodyanoy muito furioso arrastava suas vítimas para sua casa subaquática, onde as escravizava por toda a eternidade.

Leviatã

De origem hebraica, o aterrorizante Leviatã é frequentemente descrito como uma espécie de réptil aquático. Enorme em tamanho, o Leviatã aparece no Antigo Testamento como uma serpente marinha com várias cabeças. Em uma passagem, Deus mata a criatura e oferece sua carcaça como alimento para os hebreus.

Como um monstro enraizado em uma religião originária da antiga Mesopotâmia, o Leviatã foi interpretado de várias formas em diferentes culturas e religiões. À medida que o judaísmo evoluiu, o Leviatã passou de uma simples serpente marinha para o dragão aquático que muitos associam à criatura hoje. No cristianismo, o Leviatã é apresentado como um demônio voraz, com um apetite insaciável por todas as criações de Deus. Em algumas interpretações cristãs, o Leviatã também pode ser visto como um gigantesco crocodilo.

Devido ao seu tamanho colossal e morada subaquática, o nome Leviatã é frequentemente usado como um termo geral para descrever grandes monstros marinhos. Suas origens antigas fazem dele a raiz de muitos mitos sobre criaturas do mar, garantindo seu lugar como o mais antigo e temido dos monstros marinhos.

Sigmund, o Monstro do Mar

Nem todos os monstros marinhos são assustadores, é claro. Na verdade, o protagonista do programa infantil de Sid e Marty Krofft, Sigmund and the Sea Monsters, era um monstro marinho chamado Sigmund, que se metia em encrenca com sua família de monstros marinhos justamente porque ele não conseguia (ou não queria) assustar os humanos.

Este artigo foi desenvolvido com base no conteúdo do site: https://theportalist.com/sea-monsters

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