Nomes como Odin e Thor são bastante conhecidos. Mas se você não sabe distinguir os Aesir dos Vanir, não conhece quais animais puxavam a carruagem de Freyja, ou quais deuses e deusas sobreviveram ao Ragnarök, aqui está um guia com algumas das figuras e eventos mais importantes da mitologia nórdica.
Antes da existência dos humanos, antes do cosmos e dos próprios deuses, existia o Ginnungagap: um vazio primordial e imenso. De um lado desse vasto nada, havia um reino gelado chamado Niflheim, e do outro, a terra de fogo, Muspelheim.
Quando os reinos se expandiram e o gelo encontrou o fogo, um tipo de gelo ardente se formou e lançou gotas de água aquecida no Ginnungagap. Lá, essas gotas se uniram e deram origem a uma forma de vida: um gigante chamado Ymir, o primeiro ser, segundo a mitologia nórdica.
Foi de Ymir que surgiram outras vidas, entre elas o deus Odin e seus irmãos Vili e Ve. Eles mataram o gigante e, com seu corpo, criaram o mundo. Sua carne tornou-se a terra, seu sangue formou os mares, oceanos e rios; seu crânio virou o céu, e seu cérebro foi transformado nas nuvens. Os ossos de Ymir formaram as montanhas, enquanto seus dentes deram origem às pedras. Os irmãos então criaram os seres humanos a partir das árvores de freixo e olmo.
Dessa forma, o lendário panteão de deuses e deusas nórdicos se desenvolveu, com um conjunto complexo de crenças das quais ainda conhecemos pouco. No entanto, nomes e imagens dessa mitologia marcaram nossa consciência, desde o martelo de Thor até o pós-vida em Valhalla.
Quem São os Deuses e Deusas Mais Famosos da Mitologia Nórdica?
- Odin – O Pai de Todos, deus da guerra, sabedoria, poesia, profecia, runas e dos mortos.
- Frigg – Deusa da maternidade, amor e casamento.
- Thor – Deus do trovão, céu e agricultura.
- Freyr – Deus da paz, prosperidade e fertilidade.
- Freyja – Deusa da beleza, ouro e fertilidade.
- Loki – O deus trapaceiro.
- Heimdall – Guardião dos deuses.
- Balder – Deus da luz, pureza e sol de verão.
- Tyr – Deus da guerra, lei e justiça.
- Njord – Deus do mar, vento e fartura.
- Hel – Guardiã do reino dos mortos.
- Bragi – Deus da poesia e música.
- Idunn – Deusa da juventude, rejuvenescimento e primavera.
- Skadi – Deusa do inverno, montanhas, esqui e arco e flecha.
Odin: O Deus Nórdico da Guerra, Sabedoria e dos Mortos
Conhecido como: o Pai de Todos, Pai dos Homens, Woden
Características: Governante de Asgard, supremo deus que sacrificou um olho pela sabedoria
Família: Esposo de Frigg e pai de muitos deuses, incluindo Thor, Balder e Heimdall
Odin é a principal divindade do panteão nórdico e o governante de Asgard, sendo venerado como o deus da guerra, sabedoria, poesia, profecia, runas e dos mortos.
Retratado como um homem alto e idoso, com uma grande barba, Odin é sempre acompanhado por dois corvos, Huginn e Muninn, que lhe trazem notícias do que veem, e por dois lobos. Ele cavalga Sleipnir, um cavalo de oito patas capaz de voar.
Frequentemente, Odin disfarçava sua aparência usando um chapéu de aba larga e uma capa, caminhando entre os humanos de Midgard sem ser reconhecido.
Sua sede de conhecimento era tão intensa que ele sacrificou um de seus olhos em troca de uma percepção mais ampla do cosmos. Além disso, ficou pendurado na árvore do mundo, Yggdrasil, por nove dias e noites para obter compreensão sobre as runas.
Odin era especialmente reverenciado pelos guerreiros nórdicos, pois acolhia em Valhalla aqueles que morriam em batalha e eram escolhidos pelas Valquírias — suas ferozes e leais guerreiras. Em Valhalla, esses guerreiros treinavam diariamente para o Ragnarök, o evento final que culminaria no fim dos mundos dos deuses e dos homens, quando Odin enfrentaria o monstruoso lobo Fenrir em sua batalha final.
Frigg: Deusa Nórdica da Maternidade, Amor e Casamento
Conhecida como: Frija, Frea
Características: Poderes de visões proféticas e sua tentativa fracassada de salvar seu filho da morte
Família: Esposa de Odin, mãe de Balder e Hodr
Como rainha de Odin, Frigg — que significa “amada” — era a única deusa permitida a se sentar ao lado do Pai de Todos como igual nos grandes salões de Asgard. Ela também possuía sua própria morada, Fensalir, ou “salão dos pântanos”.
Apesar de sua importância como talvez a deusa mais reverenciada do panteão nórdico, pouco se sabe sobre Frigg. Existe até uma teoria de que Frigg e a deusa Freyja seriam, na verdade, a mesma figura.
Frigg tinha o dom da adivinhação, mas guardava para si o que via em suas visões. Esse poder acabou se tornando sua desgraça: após prever a morte de seu filho Balder (embora, em algumas versões, seja Balder quem prediz seu próprio destino), ela viajou pelos Nove Mundos para garantir que todos os seres e elementos jurassem não feri-lo. No entanto, Loki, o trapaceiro, encontrou uma brecha que levou ao trágico fim de Balder.
Thor: Deus Nórdico do Trovão, Céu e Agricultura
Conhecido como: Thunor, Thonar, Donar
Características: Protetor da humanidade, guerreiro poderoso com o martelo Mjölnir
Família: Filho de Odin, marido de Sif
Conhecido por suas habilidades em batalha e por controlar tempestades que afetavam colheitas e navegações, Thor era um dos deuses mais populares entre o povo nórdico, especialmente na Noruega e Islândia. Ele era visto como o deus que representava o homem comum, invocado para diversos propósitos.
Frequentemente descrito com uma barba ruiva, Thor, filho de Odin, possuía uma força imensa (e um temperamento feroz) que o permitia lutar contra gigantes. Ele usava um cinto encantado e luvas de ferro que lhe permitiam manejar seu famoso martelo, Mjölnir, forjado pelos anões e capaz de destruir montanhas.
Mjölnir tornou-se um símbolo onipresente na arte e cultura nórdicas e permanece uma das imagens mais icônicas da Era Viking. Em uma história, Thor perde o martelo para os gigantes e precisa se disfarçar como a bela deusa Freyja para recuperá-lo.
Quando não empunhava o martelo, Thor — cujo nome significa “trovão” — costumava ser retratado em uma carruagem puxada por dois grandes bodes, que ele podia matar e comer, e, em seguida, ressuscitar diariamente. Durante o Ragnarök, Thor lutaria contra a serpente Jörmungandr, que circunda Midgard, matando-a, mas também morrendo em decorrência de seus ferimentos.
Freyr: Deus Nórdico da Paz, Prosperidade e Fertilidade
Conhecido como: Yngvi, Frey
Características: Associado à fertilidade, foi um dos deuses mais adorados na Suécia
Família: Filho de Njord, irmão gêmeo de Freyja
Freyr, filho do deus do mar Njord, era um dos Vanir que foi enviado a Asgard como refém após a guerra entre as duas tribos de deuses. Ainda criança, ele recebeu Alfheim, um dos Nove Mundos, onde viviam os elfos.
Seu nome, que significa “senhor”, reflete sua veneração como símbolo de paz, prosperidade e fertilidade, especialmente na Suécia, onde sua imagem chegou a ser associada à realeza.
Cultuado em rituais que pediam boas colheitas ou virilidade, Freyr era frequentemente retratado com uma figura fálica proeminente. Ele também possuía uma espada capaz de lutar sozinha e um javali dourado. Mas seu maior tesouro era um navio que sempre navegava com ventos favoráveis e tinha espaço para todo o panteão nórdico, mas que podia ser dobrado e guardado em seu bolso.
Freyja: Deusa Nórdica da Beleza, Ouro e Fertilidade
Conhecida como: Mardöll, Hörn, Gefn, Syr
Características: Bela e hedonista, escolhia metade dos guerreiros nórdicos que morriam em batalha
Família: Filha de Njord, irmã gêmea de Freyr
Enquanto metade dos guerreiros mortos em combate era levada para Valhalla, a outra metade era destinada ao prado de Fólkvangar, que era governado por Freyja. Como uma das Vanir, Freyja também introduziu a magia de seidr (profecia) aos Aesir.
Freyja era conhecida por sua associação com o amor e o prazer, e tinha uma fama de buscar satisfação material e emocional. Além disso, sendo associada ao ouro, tinha um desejo particular por posses valiosas.
Entre seus tesouros, destacava-se o colar Brísingamen, feito por quatro anões. Segundo a lenda, ela passou uma noite com cada um dos anões para adquiri-lo.
Freyja possuía também uma capa de penas de falcão que lhe permitia voar — e que ela emprestava a outros deuses — e uma carruagem puxada por dois gatos, Bygul e Trjegul, que foram presenteados a ela por Thor.
Loki: O Deus Trapaceiro da Mitologia Nórdica
Conhecido como: Lokki, Lokkemand, Lokke, Luku, Hvedrungr
Características: Conhecido por suas travessuras cruéis e por lutar contra os deuses no Ragnarök
Família: Filho de um gigante, pai de Hel e das criaturas Fenrir e Jörmungandr; deu à luz Sleipnir
Loki era um trapaceiro, um mestre das metamorfoses e um verdadeiro agente do caos. Filho de um gigante, foi aceito entre os deuses como irmão de sangue de Odin, mas mostrou repetidas vezes ser traiçoeiro.
Ele gerou a deusa da morte, Hel, assim como os monstros Fenrir (um lobo) e Jörmungandr (uma serpente tão grande que circunda Midgard).
Em uma de suas artimanhas, Loki se transformou em uma égua e seduziu um garanhão, dando à luz Sleipnir, o cavalo de oito patas de Odin.
Talvez a mais cruel de suas travessuras tenha sido enganar Frigg para que revelasse que o único ponto fraco de seu filho Balder era o visco. Em seguida, Loki persuadiu o deus cego Hodr a matar Balder com um galho afiado da planta.
Por causa desse ato, Loki foi preso a uma rocha, onde uma serpente pingava veneno sobre ele, com apenas sua esposa Sigyn ao seu lado para segurar uma tigela e conter o veneno. Ele permaneceu nesse tormento até o Ragnarök, quando se uniu aos gigantes e foi morto por Heimdall.
Heimdall: O Guardião dos Deuses Nórdicos
Conhecido como: Gullintani, Rig, Hallinskidi, Vindler
Características: Vigia de Asgard, responsável por alertar os deuses sobre o Ragnarök
Família: Possivelmente filho de Odin e nove mães
Do alto de sua fortaleza Himinbjorg, Heimdall mantinha vigia sobre a ponte arco-íris que conectava Asgard a Midgard, sempre atento aos primeiros sinais do início do Ragnarök. Quando esse momento chegasse, ele soaria o Gjallarhorn (“chifre estrondoso”) para alertar os deuses.
Heimdall era tão atento que conseguia sobreviver com o sono de um pássaro, ver enormes distâncias e até ouvir o crescimento da grama. Ele era conhecido como o deus mais brilhante, devido ao branco de sua pele e também aos seus dentes de ouro, o que lhe rendeu o apelido de Gullintanni (“dente de ouro”).
Ele era associado a ovelhas e carneiros — podendo inclusive ouvir a lã crescendo nas costas de uma ovelha — e montava um grande cavalo chamado Gulltoppr. No Ragnarök, Heimdall enfrentaria seu inimigo de longa data, Loki, e ambos morreriam nesse combate final.
Balder: Deus Nórdico da Luz, Pureza e Sol de Verão
Conhecido como: Baldr, Baldur
Características: Favorito entre os deuses, foi morto acidentalmente por seu irmão cego
Família: Filho de Odin e Frigg, irmão de Hodr e Hermodr
Uma das histórias mais famosas da mitologia nórdica é a morte de Balder. Associado à luz e à pureza, ele era o mais belo e justo dos deuses, representando tudo de bom que existia em Asgard. Possuía o maior de todos os navios, o Hringhorni, e a mais bela das moradas, Breidablik.
Como filho de Odin e Frigg, seu nome significa “príncipe”. Quando sua mãe teve uma visão premonitória de sua morte, tentou evitá-la pedindo que todos os seres e elementos jurassem não lhe causar dano. Algumas histórias contam que os outros deuses se divertiam lançando objetos em Balder, sabendo que ele era invulnerável.
No entanto, havia uma fraqueza: Frigg considerou o visco pequeno e inofensivo demais para exigir seu juramento. Loki descobriu esse detalhe e enganou o deus cego Hodr para que atirasse um galho afiado de visco em Balder, causando sua morte.
Seu irmão Hermodr viajou até o reino dos mortos para implorar por seu retorno. Foi feito um acordo de que Balder poderia voltar se tudo nos Nove Mundos chorasse por ele. A única criatura que não chorou foi uma gigante (na verdade, Loki disfarçado), e assim Balder permaneceu no reino dos mortos até o Ragnarök.
Tyr: Deus Nórdico da Guerra, Lei e Justiça
Conhecido como: Tiw, Tiwaz, Ziu
Características: Em um ato corajoso, perdeu a mão ao ser mordido pelo lobo Fenrir
Família: Possivelmente filho de Odin ou de um gigante
Tyr é um dos deuses mais antigos do panteão nórdico, cujo nome significa simplesmente “deus”. Associado à guerra, ele se destacava por sua preocupação com a justiça e as leis que regiam os conflitos, tornando-se um símbolo de tréguas e paz.
Apesar de outros deuses da guerra, Tyr mantinha seu status como uma das principais divindades. Seu ato mais famoso de bravura não ocorreu em batalha, mas durante a tentativa dos deuses de prender o grande lobo Fenrir.
Os deuses buscaram os anões para forjar uma corrente inquebrável chamada Gleipnir, feita de elementos impossíveis: o som das patas de um gato, a barba das mulheres, as raízes das montanhas, os tendões dos ursos, a respiração dos peixes e a saliva dos pássaros.
Quando tentaram amarrar Fenrir, o lobo exigiu que um dos deuses colocasse a mão em sua boca como sinal de confiança. Tyr se ofereceu e, ao perceber que não poderia se libertar, Fenrir mordeu e arrancou a mão direita de Tyr em fúria.
Njord: Deus Nórdico do Mar, Vento e Abundância
Conhecido como: Njordr
Características: Sobreviveu a um casamento infeliz com uma gigante e ao Ragnarök
Família: Pai de Freyr e Freyja
Njord, como deus das águas, controlava as ondas e os ventos, garantindo segurança no mar e viagens bem-sucedidas de pesca. Era especialmente venerado nas comunidades marítimas da Escandinávia por sua capacidade de acalmar tempestades e proporcionar fartura.
Ele foi um dos principais membros dos Vanir que passaram a viver em Asgard junto com seus filhos, Freyr e Freyja. Lá, casou-se com a gigante Skadi, mas o casamento não prosperou. Njord preferia sua morada à beira-mar em Noatun, enquanto Skadi desejava viver nas montanhas.
Njord tem um lugar especial na mitologia nórdica por ser um dos poucos deuses que sobreviveram ao Ragnarök, o fim dos mundos dos deuses e dos homens.
Hel: Guardiã Nórdica do Reino dos Mortos
Conhecida como: Hela
Características: Presidia o reino dos mortos, onde iam os que faleciam de velhice ou doença
Família: Filha de Loki
Embora o nome Hel (que significa “cobrir” ou “esconder”) evoque a ideia moderna de inferno, o reino dos mortos que Hel governava não era necessariamente um lugar de tormento eterno.
Assassinos, adúlteros e traidores enfrentavam punições, como veneno de serpentes e um dragão que sugava seu sangue; para os demais, Hel era simplesmente o destino dos que não morriam em combate.
Filha de Loki e da gigante Angrboda, Hel era retratada com metade do rosto de uma mulher comum e a outra metade pálida, quase azulada, como um cadáver. Ela não era uma deusa adorada, mas a personificação da própria morte.
Bragi: Deus Nórdico da Poesia e Música
Características: Conhecido por seu amor à poesia, tornou-se o bardo de Asgard
Família: Possivelmente filho de Odin, marido de Idunn
A poesia ocupava um papel central na cultura nórdica, usada para transmitir histórias e feitos heroicos através da tradição oral. O mesmo acontecia entre os deuses: Bragi, sábio e erudito, entretinha nos salões de Asgard.
Apesar de ser mencionado como um dos filhos de Odin, não há evidências de que Bragi era adorado como um deus. Na verdade, acredita-se que ele possa ter sido inspirado no poeta do século IX, Bragi Boddason, que teria sido divinizado e honrado no panteão.
Diz a lenda que Bragi era casado com a deusa Idunn, que o ajudou a evitar uma discussão com Loki, que zombava de sua posição entre os deuses. Como sinal de seu amor pela poesia, Bragi teria runas esculpidas em sua língua.
Idunn: Deusa Nórdica da Juventude, Rejuvenescimento e Primavera
Conhecida como: Ydun, Idun, Ithunn, Idunna
Características: Guardiã das maçãs mágicas que mantinham os deuses imortais
Família: Esposa de Bragi
Embora não seja uma das divindades mais conhecidas, Idunn desempenhava um dos papéis mais importantes em Asgard. Ela cuidava das maçãs mágicas – douradas, segundo algumas fontes – que os deuses consumiam para se manterem jovens.
Idunn (que significa “sempre jovem”) era venerada como a representação da juventude e do renascimento da primavera. Ela também estava associada à fertilidade.
Entretanto, Loki a enganou ao dizer que havia encontrado maçãs melhores do que as que ela guardava, atraindo-a para uma armadilha e levando-a, junto com as maçãs, até uma gigante em forma de águia, que a aprisionou em Jotunheim.
Quando os deuses começaram a envelhecer, logo suspeitaram de Loki e o forçaram a corrigir seu erro. Ele resgatou Idunn transformando-a em uma noz e retornando com ela para Asgard em segurança.
Skadi: Deusa Nórdica do Inverno, Montanhas e Esqui
Conhecida como: Skade, Skathi
Características: Gigante hábil no uso do arco e famosa por suas habilidades com sapatos de neve
Família: Esposa de Njord
Após a morte do gigante Thiazi durante a fuga de Idunn de Jotunheim, sua filha Skadi foi até Asgard em busca de vingança, vestida para a guerra. Porém, foi convencida a aceitar um dos deuses como marido como compensação.
Ela também exigiu que um dos deuses a fizesse rir, o que Loki conseguiu ao amarrar uma corda em uma cabra e em seus próprios testículos, gritando de dor quando a corda era puxada. (Mais tarde, seria Skadi quem colocaria a serpente venenosa sobre Loki para seu tormento enquanto preso.)
A única condição para Skadi ao escolher seu marido era que ela podia ver apenas os pés dos deuses. Ela esperava escolher o belo Balder, mas acabou com Njord.
O casamento não durou, pois eles não conseguiam suportar o ambiente preferido um do outro. Skadi preferiu viver nas montanhas, onde caçava com arco, esquiava e usava seus famosos sapatos de neve.
Os Deuses e Deusas Nórdicos Sobreviveram ao Ragnarök?
No Ragnarök, estava previsto que os deuses seriam derrotados na grande batalha final do cosmos contra um conjunto formidável de oponentes: gigantes, um exército de mortos liderado pela deusa Hel, e as criaturas monstruosas geradas por Loki, incluindo o lobo Fenrir e a serpente Jörmungandr.
Com os Nove Mundos mergulhados na escuridão e consumidos pelas chamas, a maioria dos deuses nórdicos pereceu, entre eles Odin, Thor, Heimdall, Freyr e Tyr. Loki, que se juntou aos inimigos dos deuses, também morreu.
Contudo, a lenda diz que alguns deuses sobreviveram ao cataclismo, permitindo que um novo mundo surgisse. Entre os sobreviventes estavam os filhos de Thor, Magni e Modi, os filhos de Odin, Vali e Vidar (que matou Fenrir), Hoenir e o deus do mar Njord. Balder e Hodr, que morreram antes do Ragnarök, retornaram do reino dos mortos para viver no novo mundo. Até mesmo dois humanos, Lif e Lifthrasir, conseguiram escapar da destruição.
Onde Vivem os Deuses e Deusas Nórdicos?
Segundo a lenda, os deuses e deusas nórdicos vivem em Asgard, um dos Nove Mundos do cosmos. Pelo menos, os Aesir vivem lá. Outros deuses, os Vanir, residem em Vanaheim. Midgard é o reino dos humanos, enquanto os gigantes e elfos habitam Jotunheim e Alfheim, respectivamente.
A ponte arco-íris, Bifrost, liga Asgard e Midgard, mas todos os Nove Mundos são conectados pelos galhos e raízes de Yggdrasil, a grandiosa e sagrada árvore de freixo no centro do cosmos.
Quantos Deuses e Deusas Nórdicos Existem?
Não há um número exato de deuses e deusas nórdicos, pois as fontes são escassas e contraditórias, variando de esculturas em pedra e menções poéticas à Edda em Prosa, um manual para a poesia escáldica da Islândia do século XIII. O número 66 é frequentemente citado, mas outras fontes sugerem que apenas algumas dezenas se destacam como as principais divindades veneradas ao longo dos séculos. Abaixo, estão algumas das figuras centrais do panteão, juntamente com suas características de destaque.
Qual é a Diferença Entre os Aesir e os Vanir?
Os Aesir e Vanir podem ser vistos essencialmente como duas tribos diferentes de deuses nórdicos.
O maior grupo é o dos Aesir, que inclui alguns dos nomes mais reconhecidos do panteão, como Odin, Frigg, Thor, Loki e Heimdall. Eles são mais associados à guerra do que os Vanir, um grupo mais ligado à fertilidade e ao poder de prever o futuro, incluindo Njord e seus filhos Freyr e Freyja.
No início da mitologia, os Aesir de Asgard e os Vanir de Vanaheim entraram em guerra. Incapazes de alcançar uma vitória decisiva, eles firmaram uma trégua, trocando reféns entre os dois lados.
Quais Dias da Semana São Nomeados em Homenagem aos Deuses e Deusas Nórdicos?
Quase todos os dias da semana na língua inglesa moderna têm nomes originados dos deuses e deusas nórdicos, ainda que indiretamente. Os romanos nomearam os dias em homenagem ao Sol, à Lua e aos planetas associados a seus deuses; esses nomes foram então adaptados pelos anglo-saxões, cujos deuses tinham raízes no panteão nórdico.
Assim, enquanto Sunday (domingo) e Monday (segunda-feira) são nomeados em homenagem ao Sol e à Lua, Tuesday (terça-feira) honra o deus da guerra Tyr; Wednesday (quarta-feira) é o dia de Odin (ou Woden); Thursday (quinta-feira) é o dia de Thor; e Friday (sexta-feira) recebeu seu nome de Frigg (ou possivelmente Freyja, ou ambas, caso fossem a mesma pessoa).
A exceção é Saturday (sábado), que vem do deus romano Saturno. Para os nórdicos, o sábado era chamado laugardagur, ou “dia de lavar”.
Este artigo foi desenvolvido com base no conteúdo do site: https://www.historyextra.com/period/viking/norse-gods-goddesses-figures-guide-who-vikings/
André Pimenta é um apaixonado por mitologia, folclore e histórias e estórias fantásticas. Contribuidor dedicado do Portal dos Mitos. Com uma abordagem detalhista, ele explora e compartilha os mistérios das lendas sobre seres e criaturas fantásticas do Brasil e do mundo.