Deusa Hela: A Senhora dos Mortos na Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica é rica em figuras poderosas e misteriosas, e entre elas está Hela, a deusa do submundo. Neste artigo, vamos explorar sua origem, seu papel no panteão nórdico e como ela se destaca entre outras divindades. Se você já se perguntou quem é Hela e qual a sua importância, continue lendo para descobrir!

Quem é Hela?

Hela, também chamada de Hel, é a deusa do submundo na mitologia nórdica. Ela é filha de Loki, o deus da travessura e da mudança, e da gigante Angrboda, que também é mãe de outras criaturas temíveis. Junto de seus irmãos, Fenrir, o lobo destinado a devorar Odin, e Jörmungandr, a serpente que circunda Midgard, Hela desempenha um papel crucial na cosmologia nórdica, especialmente no Ragnarök, o apocalipse nórdico. Cada um dos filhos de Loki é visto como uma ameaça aos deuses de Asgard, e Hela, com seu domínio sobre os mortos, não é diferente.

  • Origem: Filha de Loki e Angrboda
  • Símbolos: Representa a morte e o submundo
  • Poderes: Governar o reino dos mortos

Hela é descrita com uma aparência marcante: metade de seu corpo é bela e viva, enquanto a outra metade é pálida, cadavérica, e desfigurada. Essa aparência não só reflete sua conexão com o submundo, mas também simboliza a natureza dual da morte — uma transição natural, porém assustadora, da vida. Sua posição como a governante de Helheim, o reino dos mortos que não morreram em batalha, destaca a importância da morte no ciclo da vida, mas também a separação clara entre aqueles que encontraram glória em combate e aqueles que tiveram uma morte comum. Hela, portanto, governa sobre os que não foram honrados com a imortalidade em Valhalla, oferecendo uma perspectiva mais sombria, porém essencial, do destino final.seu corpo sendo normal, enquanto a outra metade é desfigurada, algo que reflete sua ligação com o mundo dos mortos.

O Reino de Hela: Helheim

O domínio de Hela é conhecido como Helheim, um dos nove mundos que compõem a cosmologia nórdica. Esse reino sombrio e frio é o lar das almas daqueles que não morreram em batalha, uma distinção fundamental na mitologia nórdica. Para os antigos nórdicos, a morte em combate era a forma mais gloriosa de falecer, garantindo um lugar no majestoso Valhalla, onde os guerreiros eram celebrados e aguardavam o Ragnarök. Em contraste, aqueles que morriam de velhice, doença ou de forma desonrosa eram enviados para Helheim, onde passariam a eternidade sob o comando de Hela.

Características de Helheim

  • Localização: Helheim está localizado nas profundezas abaixo das raízes da Yggdrasil, a grande árvore do mundo, o que simboliza seu isolamento dos outros reinos.
  • Moradores: As almas daqueles que morreram de forma comum, sem a honra de morrer em combate, incluindo os que sucumbiram a doenças e à velhice.
  • Função: Helheim serve como o reino dos mortos, governado pela rigorosa e justa Hela, onde as almas recebem seu destino eterno.

Apesar de sua imagem sombria, Helheim não é comparável ao conceito cristão de inferno. Ele não é um lugar de sofrimento eterno, mas também não oferece os prazeres gloriosos de Valhalla. É um lugar frio e desolado, destinado a acolher aqueles que tiveram uma morte sem a honra que os levaria ao lado de Odin. Hela, como governante, não inflige punição, mas exerce um controle firme sobre seu domínio, garantindo que as almas permaneçam em seu lugar. Esse contraste com Valhalla ressalta a visão nórdica de honra e glória como valores fundamentais, mas também demonstra que Hela, apesar de implacável, cumpre um papel necessário e equilibrado no ciclo da vida e da morte.

Hela na Edda Poética e Edda em Prosa

As principais fontes de informação sobre Hela vêm das obras conhecidas como Edda Poética e Edda em Prosa, que são coleções de mitos e lendas nórdicas. Nessas obras, Hela é retratada como uma figura sombria, mas crucial para o equilíbrio do mundo dos vivos e dos mortos.

Passagens Importantes sobre Hela

Algumas das mais marcantes passagens sobre Hela são:

  • Na Edda Poética, Hela é mencionada quando Odin viaja ao submundo para consultar os mortos sobre o destino dos deuses.
  • Na Edda em Prosa, escrita por Snorri Sturluson, há mais detalhes sobre o nascimento de Hela e o papel que ela desempenha no Ragnarök.

Hela e o Ragnarök

No Ragnarök, o evento apocalíptico da mitologia nórdica, Hela desempenha um papel crucial. Embora ela não esteja diretamente envolvida nas batalhas iniciais, sua presença é sentida de maneira poderosa no desfecho da grande guerra. Durante essa batalha final, onde os deuses de Asgard enfrentam os gigantes e outros inimigos, Hela lidera um exército de mortos vindos de Helheim. Essas almas que ela governa se unem às forças de seu pai, Loki, e de seus irmãos, Fenrir e Jörmungandr, formando uma aliança formidável contra os deuses.

O Papel de Hela no Ragnarök

  • Aliada dos Gigantes: Ao lado de seus irmãos e de seu pai, Hela contribui para a destruição dos deuses de Asgard. Sua aliança com Loki e suas hordas de mortos marcam o fim de uma era, em que o antigo equilíbrio entre os mundos é desfeito.
  • Destino Final: Após a destruição causada pelo Ragnarök, acredita-se que Hela continuará a governar Helheim, preservando o ciclo da morte e vida. Mesmo com a queda dos deuses, o mundo será reconstruído, e Hela permanecerá no submundo, aguardando os mortos da nova era.

O papel de Hela no Ragnarök simboliza mais do que a morte física dos deuses. Sua liderança do exército de mortos é uma manifestação da transição inevitável entre eras e do ciclo natural de destruição e renascimento. Após a batalha, onde muitas divindades perecem, o mundo renasce de suas cinzas, e Hela, fiel ao seu destino, continua a governar seu reino no submundo. Ela não é destruída no Ragnarök; ao contrário, Hela permanece como uma constante, lembrando que a morte é apenas uma parte do processo de renovação. Seu papel ressalta a função cíclica da mitologia nórdica, onde a destruição não é o fim definitivo, mas sim o início de uma nova fase.

Hela no Ragnarök: Um Papel Crucial

No Ragnarök, Hela desempenha um papel que vai além de simplesmente liderar os mortos. Ela é um símbolo da inevitabilidade da destruição e renascimento. Sua presença na batalha final é um lembrete de que, após o caos e a destruição, algo novo surgirá.

O Ciclo de Morte e Renascimento

O Ragnarök não marca apenas o fim dos deuses, mas também o começo de uma nova era. Assim como Hela governa o submundo e as almas dos mortos, ela também é uma parte essencial do ciclo de morte e renascimento que define o destino do mundo nórdico.

  • Hela e a renovação: Depois do Ragnarök, uma nova era se inicia, com novos deuses e novas regras, e Hela permanece como uma constante nesse ciclo.
  • Simbologia: Sua presença no Ragnarök ressalta a ideia de que a morte é necessária para que a vida possa ser renovada.

O Simbolismo de Hela na Mitologia Nórdica

Além de seu papel como governante de Helheim, Hela também simboliza aspectos fundamentais da existência humana, como a morte e a inevitabilidade do fim. Na mitologia nórdica, a morte não é vista como algo a ser temido, mas sim como uma parte inevitável do ciclo de vida. Hela, portanto, representa a aceitação desse ciclo.

A Morte como Parte do Ciclo Natural

Os antigos nórdicos acreditavam que tudo na vida tem um início e um fim, e que a morte é uma transição necessária. Hela, ao cuidar das almas que não tiveram uma morte gloriosa em batalha, também simboliza a importância daqueles que viveram uma vida comum e pacífica.

  • Hela e o destino: Assim como os Norns determinam o destino de cada ser, Hela é quem recebe aqueles cujo destino é morrer de velhice ou doença.
  • Respeito pela morte: Hela não é uma figura malévola, mas sim alguém que desempenha um papel crucial no destino de todos.

Hela: Uma Deusa Mal Interpretada?

Embora muitas vezes associada a imagens sombrias e vilanizadas, é importante lembrar que Hela não é uma figura maligna na mitologia original. Sua função como guardiã do submundo é muitas vezes mal compreendida. As culturas modernas, influenciadas por conceitos cristãos de inferno, tendem a retratar Helheim como um lugar de sofrimento, mas para os nórdicos, ele era simplesmente o local dos mortos.

A Influência Cristã na Imagem de Hela

Com a chegada do cristianismo nas regiões nórdicas, muitos conceitos mitológicos foram reinterpretados sob uma nova ótica. Helheim, por exemplo, foi comparado ao inferno cristão, e Hela passou a ser vista como uma figura mais próxima de Satanás do que como a deusa justa que governava os mortos.

  • Helheim x Inferno: Enquanto o inferno é um lugar de punição eterna, Helheim era visto como uma morada dos mortos que não tiveram uma morte honrada, mas não um local de tortura.
  • Hela e o julgamento: Diferente do conceito de “juízo final”, Hela não julga os mortos, apenas os recebe e governa sobre eles.

Comparações com Outras Divindades da Morte

Hela não é a única divindade relacionada à morte nas mitologias ao redor do mundo. Podemos traçar paralelos entre ela e figuras de outras culturas:

DivindadeMitologiaPapel
HadesGregaDeus do submundo e dos mortos
AnúbisEgípciaGuardião dos mortos e da mumificação
MictlantecuhtliAstecaSenhor do submundo asteca

Cada uma dessas figuras tem características únicas, mas todas compartilham o papel de guiar ou governar os mortos em suas respectivas tradições culturais.

Hela na Cultura Popular

Nos dias de hoje, Hela é amplamente reconhecida por sua aparição em adaptações da mitologia nórdica na cultura pop, mais notavelmente no universo da Marvel Comics e nos filmes da franquia Thor. Embora sua representação na cultura popular nem sempre siga de perto as lendas antigas, ela mantém sua essência como uma poderosa figura associada à morte e ao submundo.

  • Marvel: Nos quadrinhos e filmes, Hela é interpretada como uma deusa poderosa e vilã implacável.
  • Outras Mídias: Hela também aparece em jogos de vídeo game, como God of War, e em várias séries de televisão e literatura.

Curiosidades sobre Hela

  • Na mitologia nórdica, Hela não é retratada como uma figura maligna, mas como uma governante justa do submundo.
  • Ao contrário de muitos deuses da morte em outras culturas, Hela não causa a morte, ela apenas governa sobre os mortos.
  • O nome “Hela” é a raiz etimológica da palavra “hell” no inglês moderno, embora o conceito cristão de inferno seja muito diferente de Helheim.

Conclusão: A Importância de Hela na Mitologia Nórdica

Hela é uma figura essencial na mitologia nórdica, representando o equilíbrio entre a vida e a morte. Embora sua função seja governar o reino dos mortos, ela não é uma vilã, mas sim uma parte necessária do ciclo da vida. Através de sua história, podemos aprender sobre o respeito que os antigos nórdicos tinham pela morte e pelo submundo.

Como vimos, Hela é muito mais do que uma simples deusa da morte. Ela é uma personagem multifacetada, ligada ao destino dos deuses e dos mortais, e sua influência continua a ser sentida até os dias de hoje, seja nas páginas dos antigos mitos ou nas telas da cultura pop moderna.

FAQ

  • Quem é Hela na mitologia nórdica? Hela é a deusa do submundo e filha de Loki e Angrboda, governando Helheim, o reino dos mortos.
  • Hela é considerada uma vilã? Na mitologia original, Hela não é uma vilã, mas uma governante justa do reino dos mortos.
  • Qual é o papel de Hela no Ragnarök? Durante o Ragnarök, Hela lidera um exército de mortos contra os deuses de Asgard.
  • Como Hela é retratada na cultura pop? Hela aparece em várias mídias, incluindo filmes da Marvel, como a vilã no filme “Thor: Ragnarok”.
  • Hela está relacionada ao conceito cristão de inferno? Embora o nome “Hel” tenha dado origem à palavra “hell” no inglês, o conceito nórdico de Helheim é muito diferente do inferno cristão.

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